Eu olho assim para Você,
Do jeito limitado por minha dor,
De um jeito assim pequeno, tão, de ser;
Tudo funde-se em mais lágrimas...
Horror!
Horror de tal amor sublime assim,
Cravado ser por mal que então causou
Pecado planetário, a dimensão,
Apenas pelo amor que tens por mim...
Somente pela eterna compaixão.
Cem vezes mais cruel a tentação,
Infindo mais poder, abnegação.
Podia ter descido de Sua cruz,
Amou-me, porém, tanto e disse:
"Não!!!"
Deus!
Pai!
Que amor é esse o Teu e o de Jesus,
Que a mim me atinge agora e que produz
Tamanha dor e incompreensão,
Que choro e sinto o peito rejeitar
Mais um minucioso perscrutar
De assim tão infinita, tal paixão?
Não foi a Sua cruz somente a cruz;
Diariamente alma e peito nus
Sua vida de inocência Ele viveu
E tudo, a Deus, seu Pai, El´ submeteu.
E assim tão miserável pó que sou,
Assim, coisa mais linda me tornou.
Jesus morrendo ali tão só, Cordeiro,
Me deu a vida eterna, no madeiro.
Artur Nogueira, SP, 30/11/2013