Se toda dor que existe em mim
Se destrancasse de uma vez
E se pedisse à Verde Mãe
Que traduzisse-a a tu que lês
Cem cataclismas e tufões,
Mil terremotos e vulcões,
Destroçariam todo o mal
De forma crua e abissal.
Começaria a engolir
O furto torpe do sentir
Assassinando-o ao derreter
Cheio de lava após gemer.
Com raios chuvas e trovões
Converteria em torrões
Todo abuso e toda dor,
Tais disfarçados de amor.
Fogos do céu, monstros do mar,
Levantaria pra arrancar
Toda vileza com raiz
E as safadezas imbecis.
Hipocrisias teatrais,
Por enxurradas pluviais,
Exterminadas como pó,
Seriam, sem noção de dó!
Desabaria a imensidão
Por sobre toda essa invenção
De perseguir o ser feliz
Só porque assim o mal o quis.
Finalizando co´ u´a explosão
Do mundo todo e da aflição,
Suplicaria para Deus,
Fim dos problemas teus e meus!
Artur Nogueira, SP, 20/11/2013