...
Um olhar meigo e sincero,
Hospitaleiro e sorridente...
Porém um outro insistente
Em abrigar-me com calor,
Só me causou o dissabor
De divisar-lhe uma faceta;
Que soou falsa... Uma careta,
De boas maneiras e atitudes...
Depois um outro, inteligente
Que falou muito gentilmente,
Tentando entrar pela soleira,
Sem tanta força, convenceu;
O que de outros o olhar meu
Não conseguiu ali encontrar...
Eu vi...
Algumas pedras muito imóveis;
Sei lá... Sem vida... Minerais...
E olhando em volta vi e não vi
Quem não queria estar ali...
Ou avistar-me, não importa...
Estava em Marte ou em Saturno...
Olhando ali, vi e não vi...
Ouvi...
Sim, eu ouvi!
U´a voz que entrou cheia de sal,
Firmeza e boas vibrações...
E ali por perto eu senti,
Acho que um certo estranhamento...
Talvez até sapientismo...
Talvez... Não sei... Mas estranhei...
Eu vi também u´a rocha ali;
Um tanto bruta, resistente;
Mas por segundos divisei
Um olhar de amor... Sou resistente
Em tal dizer, pois foram flashes;
Mas vendo ali, eu enxerguei...
Eu vi...
Eu vi em volta... Eu não sei...
U´a coisa estranha... Não gostei!
U´escancarado sorridente;
Mas falso... Não! Forçado, acho...
Eu vi, olhei, mas não gostei.
E ali nas ruas poeirentas,
De Samaria, eu parei!
Eu lá parei e contemplei:
Um doce, sábio e lindo olhar...
Cheio de amor samaritano...
E nele eu vi, sim, neste eu vi
O olhar de Cristo e eu gostei...
(Essa poesia remete-se à história da mulher samaritana.. Imagine Cristo viajando, andando fatigado.. Rejeitado por seu próprio povo.. E de repente, ele entra numa cidade desconhecida.. E pede água.. Muitas vezes estamos rodeados de pessoas cristãs, porém encontramos Cristo exatamente onde menos esperamos...)
14:15
São Paulo, SP - 16/09/2009