Não tenho mais palavras!
Elas se cansaram de falar.
Não tenho mais o que chorar.
Mas continua o choro a persistir.
Continua a sina em insistir.
Porém, xô! conformidade.
Deus meu, transforma em benção
Esse meu erro insistente.
Sente, sente, sente!
Minha dor, meu choro, o grito!
Transforme isso tudo em mito!
Me ajuda a Te ajudar.
Cura, opera um milagre!
Purifica nessa mesma proporção:
Do espelho a distorção.
Faze-o refletir Sua imagem.
Não me obrigue mais a ver miragem
No escaldante sol desse deserto.
Em suas dunas eu me afogo.
Andando, andando, andando;
Prosseguindo, caminhando.
Inevitável será a insolação,
Dada tanta intempérie;
Dada a epidemia em série.
Concede-me a sabedoria,
Pra solapar essa loucura.
É preciso uma sutura.
Porém tal não se perceba.
Parece mesmo impossível
Mas faz crer-me no invisível.
03:26
São Paulo, SP - 01/10/2007